sábado, 3 de outubro de 2009

Das mudanças

Voltei a trabalhar quando a Nicole tinha 08 meses, fiquei em casa até quando pude, extrapolei minha licença maternidade, acabei com minha conta bancária, entrei pela primeira vez na vida no cheque especial e uma hora não deu mais, o trabalho me obrigou uma volta que eu vinha adiando e tentando não pensar muito a respeito.
Não foi fácil para mim ter que sair da rotina que eu e minha filha estabelecemos juntas, de horários, brincadeiras, banho, papinha, mamás e etc. 
Eu simplesmente não queria voltar a trabalhar e ponto! Me revoltei! Na verdade me apaixonei pela vida materna.
Incrível me ver nessa posição, pois sempre trabalhei fora e valorizei o trabalho em primeiro lugar, já briguei e me afastei de amigos por causa do trabalho, já deixei de ir a casamentos e batizados pq tinha trabalho vindo na frente, o trabalho era a coisa mais importante pra mim... Bem, era...
E eu julgava quem tinha filhos, claro! Achava um absurdo a pessoa sair mais cedo do trabalho para buscar o filho na escola, ou quando faltava pq não tinha com quem deixar o filho, pra mim era o máximo da incompetência (é feio, mas eu confesso...)
Hoje estou do lado de cá da maternidade, vivo intensamente essa fase, não fosse uma grande necessidade financeira talvez eu tivesse ficado mais tempo em casa com minha filha e não senti a menor saudade da vida profissional enquanto estive em casa de mãe.
Sei que deve ter um monte de gente que me conhece e que não entende esse meu lado de mãe, assim como eu não entendia as mães por aí, mas depois desses 10 meses de mãe posso dizer o quanto tudo mudou na minha cabeça, nos meus sentimentos, nas minhas vontades e prioridades...
Ah eu também não gostava muito daquela música da Elis Regina que hoje mesmo estava cantando e que agora faz todo sentido para mim: "Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais ..." 
A grande verdade é que antes de eu ser mães me sentia no direito de julgar as outras mães, achava tudo muito fácil, nunca tinha chorado ao ver criança pedindo no farol, ao ver moradora de rua com bebê no colo, não me interessava muito por histórias dos filhos dos outros e nem reparava na quantidade de grávidas e carinhos de bebês por aí (hoje sou capaz de notar um bebê na multidão - tipo "Onde está o Wally").
E essa mudança de foco eu acredito que seja só o começo, porque agora com minha filha nesse mundo pra mim ele ficou muito mais colorido!!!

Um comentário:

  1. Comovente
    Divertido
    Verdadeiro.
    Você é um pot pourri de qualidades querida...e que sorte a minha termos cruzado nossas vidas!
    beijos admirados e saudosos

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